7.10.12

Meio a Mercê

Brasilis
Pra variar, quero eternizar
Um canto escuro, um fundo de bar
Quero explicar o céu pra você
Meias palavras, meio à mercê

Um fim de noite, um canto pra nós
Lua na espreita à espera de nós
Um livro em branco, nada a perder
O meu cigarro, o teu laissez-faire

Teus olhos negros, teu passo errado
A noite mostra o bom do pecado
Duas cadeiras, um passo em falso
Tantas maneiras de ser culpado

Arrepiado, eu espero teus braços
Bem devagar teus dedos e laços
Teu riso zomba do meu fascínio
Eu sou sujeito ao teu particípio

Pra variar, quero deixar no ar
Por um segundo, por um olhar
Nada a declarar, tudo a perceber
Mais um cigarro, mais um clichê

Tanto volume, nenhuma nota
Nós dois viramos uma aposta
Os teus sussurros no meu ouvido
Teu jogo já começa vencido

Dissimulado, lhe assisto o fumo
Nossos desejos mudam o rumo
Teus olhos fitam o invisível
Tua maldade é quase sensível

O vento quente nos teus cabelos
A compostura dos meus apelos
Meus pensamentos tão inexatos
Nas entrelinhas do teu contrato



 






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