sorte não te ver
ter-te sem te ter
me canso a procurar
nos lugares que estiver
e tenho-te ao meu lado
e não sou tua mulher
não sou nem teus fantasmas
não sou mais que dever
sou só tua lembrança
de ter-me só por ter
e eu danço nos teus passos
e erro sem saber
e tenho-te nos braços
tanto quanto puder
e eu sou tudo o que queres
mas queres por querer
e eu sou o aqui e agora
mas não sou pra você
existem outras formas
e delas você quer
e existem outros braços
cansados de te ter
e existem outras bocas
a quando convier
eu sou o aqui e agora
e não tua mulher.
10.9.13
17.8.13
goteira
o céu quase chove
sem fingir de doce
sem brincar de sol
venta um pouco
e pia,
e pinga,
e passa.
volta manso
sem rumo e sem pressa
sem dança
sem nada
fica,
foge,
fala.
nem pra chover,
nem pra ventar,
eu chovo sozinha
e o céu d e v a g a r.
22.5.13
Maré cheia
Se o mar te levou
Quem sou eu pra buscar
Vai lá, vai lá
Pra junto de iemanjá
Vê a lua no mar
Lá na espuma do mar
Vai lá, vai lá
Vai brincar de cantar
Com as sereias do mar
E as doçuras do mar
Vai lá, vai lá
Que as torturas de amar
Deixa às ondas do mar
Que elas vem me contar
Vai lá, vai lá
Que com as conchas do mar
E as lamúrias do mar
Eu tratei de ficar
Vai lá, vai lá
Que não podes voltar.
Quem sou eu pra buscar
Vai lá, vai lá
Pra junto de iemanjá
Vê a lua no mar
Lá na espuma do mar
Vai lá, vai lá
Vai brincar de cantar
Com as sereias do mar
E as doçuras do mar
Vai lá, vai lá
Que as torturas de amar
Deixa às ondas do mar
Que elas vem me contar
Vai lá, vai lá
Que com as conchas do mar
E as lamúrias do mar
Eu tratei de ficar
Vai lá, vai lá
Que não podes voltar.
Fantasmas
Eu quero assombrar teus ouvidos
Amarrar teus braços
Roubar tuas palavras
Eu quero arruinar suas festas
Puxar teus cabelos
Matar teus fantasmas
Lhe devolver minhas doenças
Tossir meu veneno
Me trazer de volta
Ressucitar meu sorriso
Te furar a pele
Cessar tua escolta
Eu quero assombrar teus braços
Roubar teu ouvidos
Amarrar palavras
Eu quero querer-te terno
Mas já que não quero
Quero-te, calada
Amarrar teus braços
Roubar tuas palavras
Eu quero arruinar suas festas
Puxar teus cabelos
Matar teus fantasmas
Lhe devolver minhas doenças
Tossir meu veneno
Me trazer de volta
Ressucitar meu sorriso
Te furar a pele
Cessar tua escolta
Eu quero assombrar teus braços
Roubar teu ouvidos
Amarrar palavras
Eu quero querer-te terno
Mas já que não quero
Quero-te, calada
29.4.13
Pequena
(ler devagar)
Deixa pra lá
Não precisa entender
(não vou explicar)
Seja o que for, sem sentido
Só vou ouvir teus gemidos
impacientes.
E vou esperar paciente
Pelos teus dedos
inconscientes.
E te levar devagar
Não vou chorar
Não vou chamar
Você vai vir devagar
Arrepiar,
você vai rir
Me deixa louca,
me deixa;
e volta aqui,
pra mim.
Sê assim, cê vai ver
Quanto de mim dá você
Quantos encontros, no entanto
manchados de preto,
brincando de branco.
Passado, presente,
pedaços,
Nas dobradiças dos teus abraços.
Nos fios do teu travesseiro.
Na minha pele,
teu cheiro.
Tua hora:
Teu tempo demora.
Me adora,
devora, flutua.
Sou sua,
Sua,
Apenas.
Até dizer chega,
Sou sua
pequena.
Deixa pra lá
Não precisa entender
(não vou explicar)
Seja o que for, sem sentido
Só vou ouvir teus gemidos
impacientes.
E vou esperar paciente
Pelos teus dedos
inconscientes.
E te levar devagar
Não vou chorar
Não vou chamar
Você vai vir devagar
Arrepiar,
você vai rir
Me deixa louca,
me deixa;
e volta aqui,
pra mim.
Sê assim, cê vai ver
Quanto de mim dá você
Quantos encontros, no entanto
manchados de preto,
brincando de branco.
Passado, presente,
pedaços,
Nas dobradiças dos teus abraços.
Nos fios do teu travesseiro.
Na minha pele,
teu cheiro.
Tua hora:
Teu tempo demora.
Me adora,
devora, flutua.
Sou sua,
Sua,
Apenas.
Até dizer chega,
Sou sua
pequena.
11.4.13
Do que me importa
Me fazer de bobo
Se você vem risonha
Só pra rir de mim;
Se você vem mansinha
Do que me importa a falta
Que fazes amiúde
Sem pensar em mim;
Do que me vale o choro
Se você vem sorrindo
E não lhe importa o quanto
Eu chorei por você;
Se logo de manhã
Você já vem de manha
E eu faço seus caprichos
Só pro meu prazer;
E sabes mais que eu
Que não importa a hora
Pra ter você juntinho
E te fazer sorrir;
E eu peno já calado
Pleno com teus abraços
E abro-te os meus braços
Quando lhe convier.
Me fazer de bobo
Se você vem risonha
Só pra rir de mim;
Se você vem mansinha
Do que me importa a falta
Que fazes amiúde
Sem pensar em mim;
Do que me vale o choro
Se você vem sorrindo
E não lhe importa o quanto
Eu chorei por você;
Se logo de manhã
Você já vem de manha
E eu faço seus caprichos
Só pro meu prazer;
E sabes mais que eu
Que não importa a hora
Pra ter você juntinho
E te fazer sorrir;
E eu peno já calado
Pleno com teus abraços
E abro-te os meus braços
Quando lhe convier.
15.3.13
embaixo da cama
guardado ali, pequeninho,
nosso amor de travesseiro
ainda chora embaixo da cama;
junto aos fios do teu cabelo
e ao par perdido do meu chinelo branco.
nosso amor de travesseiro
ainda chora embaixo da cama;
junto aos fios do teu cabelo
e ao par perdido do meu chinelo branco.
10.3.13
Lotação
O dia amanhece, vivo
Ainda fedendo a noite
Imaculado o suficiente
-no entanto-
Pras portas não ficarem trancadas.
E o amanhecer é motivo pra falar, sem motivo:
"Você viu?"
No ciclo intermitente de fingir que sim
E acenar com a cabeça.
Em velada aprovação à depravação
Do aluguel irrentável dos meus ouvidos
(mas não tem problema,
se o café estiver quente).
O dia te corta, árduo.
O sol não agrada o mundo real,
E ninguém diz que o dia está lindo
Quando fazem 37 graus e você tem algo pra fazer da vida.
Mas o tempo corre como um rio,
sem você pra dizer que sim ou que não.
E a única verdade desse dia
É que ele está lindo.
E o tempo passa...
Mas foda-se o tempo,
Eu só tenho de correr...
E talvez gostar de alguem antes do dia acabar.
Ainda fedendo a noite
Imaculado o suficiente
-no entanto-
Pras portas não ficarem trancadas.
E o amanhecer é motivo pra falar, sem motivo:
"Você viu?"
No ciclo intermitente de fingir que sim
E acenar com a cabeça.
Em velada aprovação à depravação
Do aluguel irrentável dos meus ouvidos
(mas não tem problema,
se o café estiver quente).
O dia te corta, árduo.
O sol não agrada o mundo real,
E ninguém diz que o dia está lindo
Quando fazem 37 graus e você tem algo pra fazer da vida.
Mas o tempo corre como um rio,
sem você pra dizer que sim ou que não.
E a única verdade desse dia
É que ele está lindo.
E o tempo passa...
Mas foda-se o tempo,
Eu só tenho de correr...
E talvez gostar de alguem antes do dia acabar.
14.2.13
borboletinha
Voa borboleta, voa
Voa pra longe daqui
Você que é pequena e bonita
Você, que chegou pra partir
Voa pela vida à toa
Voa, sem ter pra onde ir
Espalha de cor a cidade
E fique à vontade
Pra ir sem fugir
Sai dessa minha janela
Não que eu não lhe queira aqui
Mas já que tens asas tão belas
Me deixa as mazelas
E vai por aí
Voa pra longe daqui
Você que é pequena e bonita
Você, que chegou pra partir
Voa pela vida à toa
Voa, sem ter pra onde ir
Espalha de cor a cidade
E fique à vontade
Pra ir sem fugir
Sai dessa minha janela
Não que eu não lhe queira aqui
Mas já que tens asas tão belas
Me deixa as mazelas
E vai por aí
5.2.13
De antes de antes de ontem II
Não direi que o seu afago não conforta
Que as lembranças do seu corpo não me acudem
Não direi que se eu sair por essa porta
Minha vida não se entorta e eu não morro de ciúmes
Foram dele os meus sorrisos de criança
E só dele minhas teias de mulher
Foram dele cada uma das lembranças
E, pra mim, se acaba a dança é só porque ele já não quer
Não lhe digo que pra mim não há ninguém
Pois se o digo cada vez me entrego mais
Se é por isso que com ele não há paz
E as coisas que outro faz não me fazem nenhum bem
Dei-lhe parte em me afagar a solidão
Que tratou de machucar ainda mais
E ainda que só puxe-me pra trás
Não há nada que ele faça que me faça dizer não
Que as lembranças do seu corpo não me acudem
Não direi que se eu sair por essa porta
Minha vida não se entorta e eu não morro de ciúmes
Foram dele os meus sorrisos de criança
E só dele minhas teias de mulher
Foram dele cada uma das lembranças
E, pra mim, se acaba a dança é só porque ele já não quer
Não lhe digo que pra mim não há ninguém
Pois se o digo cada vez me entrego mais
Se é por isso que com ele não há paz
E as coisas que outro faz não me fazem nenhum bem
Dei-lhe parte em me afagar a solidão
Que tratou de machucar ainda mais
E ainda que só puxe-me pra trás
Não há nada que ele faça que me faça dizer não
18.1.13
Fumaça Pouca
Fora rápido e viscoso
Qual o limo da manhã
Fora o inevitável imã
Foi-se só e foi-se todo
Fora a lágrima do dia
Que em telhados a dançar
Foi-se embora sem pensar
Pelo sol que lhe assistia
Em percalços de prazer
Foram risos de alegria
Que os fizeram anoitecer
Foram sós a fim de ser
Foi-se, enfim, melancolia
E apagaram-se pra arder
Qual o limo da manhã
Fora o inevitável imã
Foi-se só e foi-se todo
Fora a lágrima do dia
Que em telhados a dançar
Foi-se embora sem pensar
Pelo sol que lhe assistia
Em percalços de prazer
Foram risos de alegria
Que os fizeram anoitecer
Foram sós a fim de ser
Foi-se, enfim, melancolia
E apagaram-se pra arder
8.1.13
Todo
Quem me dera agora
Um pedaço de aurora
Pra chamar de meu
Quem me dera agora
Gris e sem demora
Um pedaço de céu
Quem me dera ver-te
Feito em filme antigo
Preta, branca e muda
Com final escrito
Só queria ter-te
Qual me tens de todo
Qual me sabes certo
Pra acender teu fogo
Mas aqui e agora
Na minha demora
O céu traz a aurora
Com final escrito
Preta e branca história
Arde no teu fogo
Certamente exato
Pra me teres, todo
Um pedaço de aurora
Pra chamar de meu
Quem me dera agora
Gris e sem demora
Um pedaço de céu
Quem me dera ver-te
Feito em filme antigo
Preta, branca e muda
Com final escrito
Só queria ter-te
Qual me tens de todo
Qual me sabes certo
Pra acender teu fogo
Mas aqui e agora
Na minha demora
O céu traz a aurora
Com final escrito
Preta e branca história
Arde no teu fogo
Certamente exato
Pra me teres, todo
2.1.13
Ninar
Calma, agora, menina
Dorme junto com a lua
Esquece o choro da rua
Brinca de ser mulher
Seca o pranto, menina
Deita teu corpo nas nuvens
Pede às estrelas que inundem
O céu de tanto brilhar
Deixa o mundo, pequena
Dança balé no teu sonho
Esquece os teus desenganos
Lembra de mim quando der
Fecha os olhos, menina
E não me vê indo embora
Deixando a certeza que agora
Teu sono é só teu pra ninar
Dorme junto com a lua
Esquece o choro da rua
Brinca de ser mulher
Seca o pranto, menina
Deita teu corpo nas nuvens
Pede às estrelas que inundem
O céu de tanto brilhar
Deixa o mundo, pequena
Dança balé no teu sonho
Esquece os teus desenganos
Lembra de mim quando der
Fecha os olhos, menina
E não me vê indo embora
Deixando a certeza que agora
Teu sono é só teu pra ninar
Desencontro
Será que esses dias não passam de ser
Se ontem era bom, e hoje nem sei
Se ora sou eu e ora não sou ninguem
Se eu te encontrei, me perdi e me achei
Nas idas e vindas dos nossos momentos
Perdi muito mais do que a fome de estar
No ventre vazio dos meus sentimentos
Perdi o que tinha, querendo ganhar
Nas noites, ao longe, eu te via dormir
E longe, eu queria estar lá pra acordar
Queria estar perto e não ver-te partir
Queria poder não deixar-te passar
Mas a vida é curta, louca e intermitente
E a gente se perde antes de se encontrar
E às vezes a gente se encontra e nem sente
E perde pra sempre a vontade de achar
Se ontem era bom, e hoje nem sei
Se ora sou eu e ora não sou ninguem
Se eu te encontrei, me perdi e me achei
Nas idas e vindas dos nossos momentos
Perdi muito mais do que a fome de estar
No ventre vazio dos meus sentimentos
Perdi o que tinha, querendo ganhar
Nas noites, ao longe, eu te via dormir
E longe, eu queria estar lá pra acordar
Queria estar perto e não ver-te partir
Queria poder não deixar-te passar
Mas a vida é curta, louca e intermitente
E a gente se perde antes de se encontrar
E às vezes a gente se encontra e nem sente
E perde pra sempre a vontade de achar
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