28.2.12

Ser são

São mãos, são braços, são pernas
são aneis, correntes, sapatos
São os outros disfarçados de um só
sou só eu me escondendo do cansaço
Só vivo, pois morrer eu já não sei
só corro, pois parar já não me resta
só calo porque o dia já acabou
e não aprendi a ficar só sem delirar
Eu não penso linear, nem ando linear
nunca falo o que eu quero, e nunca quero falar
não me vejo no espelho, vejo o que voce vê
Quero existir, mas sem saber ao que restar
Quero o sabor de me encontrar longe de mim
eu quero ser tudo o que vem depois do fim
Porque é fácil esquecer de me lembrar.