7.5.12

Submersa

I.
Eu afundo perpétua
As roupas molhadas
As faces lavadas,
O ar que respiro
É uma piada sem graça,
Suspensa no enleio.
Bebo mais um gole
Que me force um sorriso
Sorrio inócua e bebo mais um;
Como se entendessem tudo
Meus cabelos se enroscam,
E minhas faces coram.
Meus lábios maldizem,
Meus passos se cruzam,
E eu estou bem.

II.
Meus olhos pesados,
Já bem mareados,
Precedem o fracasso;
Fatais e inocentes
Não merecem, de fato
O regalo que trago
De um pouco de tudo.
Inertes, os olhos
As mãos agitadas
Velados, os sonhos
Destinam-se ao fim
O início de tudo
Perpétuo, do mundo
Pesado, de mim
Meu corpo reage
E tenta fugir
Do baque da queda
Estou presa em mim
Um poço sem fundo,
Pesado do mundo
E perpétuo de fim.

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é.